Há tempos que o mundo árabe não mede esforços para atrair os principais eventos esportivos do planeta. Um exemplo marcante foi a recente Copa do Mundo de Futebol, realizada em uma data inédita. No tênis, os investimentos também têm se intensificado. 

O prêmio recorde de US$ 6 milhões ganhos por Jannik Sinner no Six Kings Slam é apenas um indício das grandiosas iniciativas que estão por vir. Esta semana, em Riad, na Arábia Saudita, o WTA Finals distribuirá mais de US$ 15 milhões. 

Apenas pela participação, cada uma das oito jogadoras receberá US$ 335 mil, e uma vitória na primeira fase (round robin) garantirá outros US$ 350 mil. Uma eventual campeã invicta poderá receber US$ 2,5 milhões, valor comparável aos prêmios dos Grand Slams.

A Força dos Investimentos

O mundo árabe tem se destacado não apenas pelo futebol, mas também por outras modalidades esportivas. Um exemplo disso é o golfe, que recentemente ganhou um milionário circuito internacional, o LIV Golf, patrocinado pelo Public Investment Fund (PIF). 

Esse mesmo grupo está em negociações com as principais entidades do tênis, demonstrando a ambição de transformar o esporte com investimentos robustos.

Yvgeny Kafelnikov, um renomado jogador de tênis russo, já havia expressado suas preocupações sobre os prêmios no tênis em comparação com o tour de golfe. Nos Estados Unidos, a Professional Golf Association (PGA) oferece prêmios que se aproximam dos valores dos Grand Slams a cada semana. 

Na Europa, o DP World Tour segue uma linha semelhante. No entanto, o LIV Golf conseguiu atrair vários dos maiores astros do golfe com cifras exorbitantes e expandiu seu circuito ao redor do mundo, incluindo Estados Unidos, Europa, Oceania, Ásia e, claro, o Oriente Médio.

Perspectivas para o Tênis no Oriente Médio

Com esse cenário, será difícil para o tênis resistir à pressão de ter um circuito significativo no Oriente Médio, semelhante ao Asia Swing. 

A ideia é iniciar com um grande torneio antes do Australian Open, considerando que muitos jogadores utilizam locais como Dubai para se prepararem para o primeiro Grand Slam do ano. Isso tornaria a aceitação dos jogadores mais simples e eficiente.

Apesar das diferenças culturais, como as restrições de vestimenta observadas em eventos anteriores no Catar, o mundo árabe está cada vez mais aberto às mudanças, especialmente devido ao forte apelo turístico de vários locais. Em Riad, por exemplo, as jogadoras apareceram com vestidos longos até o tornozelo, adaptando-se aos costumes locais.

História do Tênis no Oriente Médio

O interesse pelo tênis na região não é recente. O Oriente Médio tem investido no esporte há anos, atraindo grandes torneios e jogadores de renome. 

Este esforço é parte de uma estratégia mais ampla para diversificar a economia, promovendo o turismo e aumentando a visibilidade global da região. O apoio financeiro robusto e a infraestrutura de ponta têm sido fundamentais para esses esforços.

O turismo é hoje uma das forças do Oriente Médio, e o esporte é um excelente atrativo nessa jornada. O tênis é uma modalidade em ascensão na região, impulsionada pelos petrodólares e pela vontade de se destacar no cenário esportivo global. 

Com os jogadores cada vez mais aceitando esses destinos, o futuro do tênis no Oriente Médio parece promissor e repleto de oportunidades.

Texto: José Santos (Maestro Cidão) / Fonte:tenisbrasil.uol.com.br /Tenis.com Chiquinho / Foto: Divulgação/ Getty Images